Idade Média
Finais do século XI e meados do século XII
800
900
1000
1100
1147 | D. Afonso Henriques conquista Al-Ushbuna
1170 | Foral aos mouros forros de Lisboa, por D. Afonso Henriques
1200
1252-1284 | Primeiras referências a população negra na Península Ibérica
De acordo com a hitoriadora Isabel Castro Henriques as primeiras referências a populações negras na Península Ibérica, em particular na Galiza estão “registadas numa memória escrita e iconográfica, intitula Cantidas de Santa Maria, a obra madada organizar por Afonso X, de Leão e Castela, entre 1252 e 1284, que regista a presença de uma mulher africana “negra como carvão”, “donzela feia”, “velosa como cão”, “velha de má côr”, mal cheirosa como “sison e alermã” (ave e planta), retratada com uma violência somática que vai perdurar durante séculos no vasto mundo ocidental” (Henriques, 2020: 59).
Referências
CASTRO HENRIQUES, I. e DA SILVA, J.M. (2020). Os “Pretos do Sado”: História e memória de uma comunidade alentejana de origem Africana (Séculos XV-XX). Lisboa: Edições Colibri.
1300
1348 - Peste Negra
1391 | O movimento antijudaico em Espanha
1400
1415 | Início da expansão marítima portuguesa e das guerras de conquista
1441 | Chegada a Lagos do primeiro grupo de pessoas Bebere escravizadas
De acordo com o historiador Vitorino Magalhães Godinho, chegam a Portugal, em 1441, os primeiros 10 a 18 “cativos” azenegues “apresados” no litoral do Saara, raptados por Antão Gonçalves e Nuno Tristão, numa emboscada a um acampamento em Porto de Cavaleiro (Rio do Ouro), dos quais se obteria as primeiras informações dadas sobre o serão saariano, facilitando a que na viagem seguinte, em 1443, se juntassem a estes, mais 29 pessoas. Godinho refere ainda, que segundo Eanes Gomes Zurara, Tristão “era movido pelo desejo de filhar cativos em número tal que o infante começasse a tirar proveito das despesas feitas nas viagens” (1983: 155).
Referências
GODINHO, V.M. (1983). Os Descobrimentos e a Economia Mundial, Volume IV. Lisboa: Editorial Presença.
1444 | Chegada a Lagos do primeiro grande grupo de pessoas negras escravizadas
As primeiras razias à costa africana que resultaram no aprisionamento de pessoas africanas e negras começaram na década de 1440’s que, de acordo com o cronista Gomes Eanes Zurara trouxeram a Lagos, na costa algarvia, o primeiro contingente de 235 mulheres, crianças e homens africanos raptados e aprisionados na costa da Mauritânia, a 8 de agosto de 1444, testemunhada pela curiosidade de muitas pessoas que ali se juntaram (Henriques e Silva, 2020:61). É este evento que marca, em grande medida, o início do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas. De facto, estima-se que entre meados de 1400s e 1761, tenham sido trazidos para Portugal cerca de 400.000 homens, mulheres e crianças (Lahon, 2004: 73-74). Entre os séculos XV e XIX estima-se que Portugal tenha sido responsável, em conjunto com o Brasil (independente desde 1822), por cerca de metade dos 12M de pessoas escravizadas no atlântico.
Referências
CASTRO HENRIQUES, I. e DA SILVA, J.M. (2020). Os “Pretos do Sado”: História e memória de uma comunidade alentejana de origem Africana (Séculos XV-XX). Lisboa: Edições Colibri.
LAHON, D. (2004). “O escravo africano na vida económica e social portuguesa do Antigo Regime”, Africana Studia 7, pp. 73-100.
1444 | Instalação das primeiras pessoas escravizadas em Lisboa
1452 | Bula Papal "Dum Diversas"
A 18 de Junho de 1452, o Papa Nicolau V emitiu a Bula “Dum Diversas” qyue concedia à cora portuguesa o direito de capturar territórios e reduzir à condição de “escravos perpétuos” as populações não-cristãs da África Ocidental