DIGITAL AFRICAN MEMORY

C
Idade Média
Finais do século XI e meados do século XII
Almorávidas e almóadas povos amazigh, (berberes), Fulani e outros do norte de Africa convertidos ao islamismo, juntam-se aos muçulmanos da Península Ibérica para repelir o avanço cristão.
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1147 | D. Afonso Henriques conquista Al-Ushbuna
Al-Ushbuna detém uma população de cerca de 12 000 habitantes. A 25 de outubro de 1147, o rei D. Afonso Henriques conquista a cidade aos mouros. Como aliados conta com cruzados, vindos do norte da Europa.
1170 | Foral aos mouros forros de Lisboa, por D. Afonso Henriques
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1348 - Peste Negra
Peste Negra introduzida por via marítima e via terrestre, afetou todas as províncias do reino, causando inúmeras vítimas. Admite-se que entre 1/3 a ½ da população pereceu. Nos anos seguintes repetiram-se as pestilências embora com menor impacto. A súbita diminuição no número de habitantes causados pela doença, fome e guerra (e terramotos) traduziu-se em problemas de escassez de mão de obra, especialmente nos centros urbanos. Procuraram-se artesãos o que resultou no aumento de salário e na fuga do trabalhador rural para a cidade, onde lhe pagavam melhor.
1391 | O movimento antijudaico em Espanha
O movimento antijudaico em Espanha levou ao crescimento da comunidade hebraica em Portugal, muitos eram considerados judeus negros. Centenas de Judeus emigraram de Espanha para Portugal. Fixaram-se primeiro nas cidades mais próximas da sua entrada (litoral para os que viajaram por mar e as do interior raiano para os chegados por terra) e gradualmente foram ampliando a sua área de ocupação.
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1415 | Início da expansão marítima portuguesa e das guerras de conquista
Iniciou-se com a conquista de Ceuta à elite árabe colonizadora vinda da península arábica e aos povos africanos de Marrocos já colonizados pelo islão.
1441 | Antão Gonçalves traz os primeiros povos africanos escravizados para Portugal

Antão Gonçalves traz os primeiros povos africanos escravizados para Portugal, da costa norte da Mauritânia. Três anos mais tarde, um grupo de algarvios associado numa espécie de companhia temporária armou seis caravelas e alcançou a costa da Mauritânia e regressou com 235 pessoas escravizadas.

A maioria destas pessoas escravizadas seriam povos amazigh do norte de áfrica (berberes), mas também povos do oeste de áfrica e do oriente europeu povos eslavos (brancos escravizados que deram origem ao termo slave – escravo durante o domínio otomano na região do leste da europa) – os navios negreiros dos muçulmanos juntavam pessoas de várias origens. A escassez de mão de obra terá levado à intensificação do corso e pirataria, e ao aproveitamento de pessoas escravizadas para trabalhos rurais. A redescoberta das Canárias trouxe um novo mercado de aprovisionamento. No Tratado de Alcáçovas, Portugal reconheceu a soberania castelhana das ilhas, abandonando qualquer pretensão no Tratado de Toledo, a 6 de março de 1480. Os povos africanos que habitavam as ilhas (guanches canarinhos) foram conhecidos em Portugal, apesar de não termos números de escravizados. Com a chegada às costas da Guiné (1441) o mercado alargou-se e especializou-se. A grande maioria destas pessoas escravizadas eram vendidas para Castela, Aragão e outros reinos europeus. Só uma parte permanecia nas plantações de açúcar e em outros serviços agrícolas e domésticos da Madeira e Portugal. Até 1475, milhares de pessoas escravizadas entraram e permaneceram em Portugal.