Neste livro Filipe Zau conta a história do Clube Marítimo Africano (CMA), legalmente constituído, em 1954, como uma agremiação essencialmente desportiva, e que proporcionava aos seus associados, meios de cultura e de recreação. Reunia tripulantes, maioritariamente angolanos, ao serviço dos navios da marinha mercante portuguesa, estudantes africanos residentes em Portugal e familiares. A mobilidade dos chamados embarcadiços acabou por ser determinante para a circulação de correspondência clandestina e para o transporte de uma máquina policopiadora, o que constituiu factor determinante para a empatia entre marítimos e estudantes.
O CMA cumpriu um papel da maior relevância histórica em prol das independências das colónias portuguesas em África, ao contar, deste o início, com a participação de vários intelectuais nacionalistas.