Idade Moderna
1492 | Decreto de Alhambra
Entrada em Portugal de judeus castelhanos em grande número. Após o decreto de Alhambra, depois da conquista de Granada ao último Califa de Granada de nome Boabdil.
Após este período o número de pessoas escravizadas dos reinos da Senegâmbia, Congo, Benin, entre outros povos do continente africano. Desde esta presença forçada (até aos finais do século XVIII) ou depois “pela força” (do colonialismo do fim de Oitocentos a 1974, e da globalização e migrações dos nossos dias), foram vários os povos africanos que se foram instalando na cidade de Lisboa.
1496 | Édito de expulsão de judeus e mouros do reino, por D. Manuel I
Édito de expulsão de judeus e mouros do reino, por D. Manuel I. Em Lisboa, a mouraria com cerca de 5 ha, não deve ter ultrapassado as 500 almas no século XV. O número de mouros ao longo do século foi diminuindo: uns afetados por doença e peste, outros emigraram para o norte de África e para Granada, ou ainda por miscigenação, ao integrarem a sociedade cristã.
Ao contrário das comunidades mouras, as judaicas aumentaram, quer em número quer em poder económico. Maria José Ferro Tavares calculou a população hebraica em cerca de 30 000 habitantes. O índice de miscigenação era muito baixo – a rejeição partia da própria comunidade judaica e das penas para quem ousasse manter relações entre elementos das comunidades cristã e judaica. Em Lisboa, existiram três judiarias e um núcleo habitacional (extinto em 1317, na Pedreira): Judiaria Velha ou Grande, Judiaria Nova ou das Tercenas e Judiaria de Alfama.
1500 a 1475 | Centenas ou mesmo milhares de famílias migram para a Madeira ou Açores
Centenas ou mesmo milhares de famílias migram para a Madeira ou Açores, e nos anos seguintes migram também para outras paragens além-mar deixando registos da presença de portugueses negros por todas esses locais. Estados Unidos, Hawai entre outros.
1536 a 1821 | Práticas culturais africanas foram neste período bastante perseguidas
Práticas culturais africanas foram neste período bastante perseguidas e demonizadas, com lugar a queima de pessoas nos principais locais de julgamento das vilas.
1600
1701 a 1800 - Relatos de estrangeiros descrevem os vários grupos sociais
Nos relatos de estrangeiros que visitaram Portugal descrevem-se os vários grupos sociais de modo genérico. Os de origens africanas chamavam a atenção. Circulavam nas ruas carregando até ao rio os dejetos e sujidades produzidas nas habitações, sem sanitários, ou realizando outras tarefas desprestigiantes. Resultado da miscigenação entre as camadas populares brancas e negros vindos de África ou do Brasil, pessoas mestiças também se destacam. Pessoas escravizadas ou forros partilhavam o dia-a-dia da população branca. Também os negros eram acusados de curandeirismo ou feitiçaria pela Inquisição ou cumpriam penas nas galés por
ordem dos tribunais civis.
1755, 1 de novembro | Grande Terramoto
Lisboa tinha uma população de cerca de 250 000 habitantes. A população mourisca de Lisboa migra para a zona Oeste de Portugal, denominando-se região saloia e levando o seu conhecimento e experiência no negócio e na produção de animais e do trabalho na agricultura. As suas vestes mantiveram traços distintos que incluíam frequentemente o colete e o barrete. Aos mouros dos arredores de Lisboa dava-se antigamente o nome de Caloyos ou Saloios, nome tirado do nome da reza feita cinco vezes por dia, que se chamava “cala”.